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Um papo sobre Inteligências Artificiais e uma dose de existencialismo

Cogito, ergo sum.

Penso, logo existo.

Essa é, provavelmente, a frase mais famosa do filósofo francês René Descartes.

Ele chegou a essa conclusão pois, ao questionar a existência de tudo, ele não pôde questionar a sua própria existência, já que ele estava ali para questionar.

Seguindo nessa linha de raciocínio, eu sei que existo, pois eu sou, eu penso, eu sinto. Mas não sei se você, caro leitor, existe, nem que tudo ao meu redor exista.

Pode ser que, simplesmente, a roupa do meu corpo não exista. Meu corpo está mandando sinais para meu cérebro de que sente algo o tocando, mas não significa que há algo realmente me tocando, já que sabemos que existem centenas de condições que podem enganar os sentidos e percepções do nosso corpo.

Pode ser que ninguém, além de mim, exista. Nessa hipótese, pode ser que todos ao meu redor sejam criações da minha cabeça.

Ou criações de um super computador que está simulando esse suposta realidade.

Seguindo a hipótese de que é possível a existência de um computador com a capacidade de processamento tão grande que seja capaz de criar uma realidade simulada que, por sua vez, consegue evoluir ao ponto de criar um computador com a capacidade de processamento tão grande que seja capaz de criar uma realidade simulada dentro da realidade que já é simulada, probabilisticamente é impossível que eu esteja na verdadeira realidade.

Pensa comigo: se um povo consegue criar uma simulação que é tão fiel que chega ao ponto de criar uma simulação e assim por diante, a quantidade de realidades simuladas tende ao infinito, enquanto existe apenas uma realidade real.

Uma probabilidade de 1 pra infinito...

Ou, pode ser também que, de alguma forma, que apenas eu sou, de maneira que, materialmente, tudo e todos existam, mas são falsos, estilo O Show de Truman. Tudo é uma grande encenação e apenas eu, o tal "protagonista" dessa história, quem de fato age como tal personagem, já que seria eu o único a não saber desse grande reality show.

Traduzindo melhor essa frase de Descartes, mais correto seria algo como "penso, logo sou", pois "existir" é um conceito mais amplo. Não sei se existo de fato, mas sei que sou, pois sinto, percebo. 

Não sei nem mesmo se esse papo que eu tô falando faz algum sentido, então, filósofos que me perdoem, por favor.

Descartes deve estar se revirando no túmulo uma hora dessas...

"A que ponto eu quero chegar?", deve ser seu pensamento neste exato momento, caro leitor.

Meu ponto é o seguinte: inteligências artificiais.

Sim, eu citei um filósofo de 400 anos atrás para falar sobre IAs.

Isso que eu acho doido da filosofia, cara. Esse troço é atemporal.

Então, vamos lá!

Entre os anos de 2022 e 2023, tivemos uma grande revolução na internet: uma empresa chamada OpenaAI lançou dois sistemas de inteligência artificial que criaram um impacto gigantesco.

O primeiro deles foi o Dall-e, uma ferramenta capaz de criar imagens a partir de dois princípios: os comandos, ou inputs, que você fornece para ele, e sua base de dados que, bem... É a internet inteira...

Como ele faz isso? Bom, você digita algo como "a foto de um pássaro rosa" e voilà:


Peça por algo como "pessoas assistindo um grande torneio de artes marciais" e você terá imagens como essa:


Impressionante, não é? Não?

E se eu te disser que aquele pássaro, assim como cada uma dessas pessoas na foto, jamais existiram. Tudo foi criado a partir da inteligência artificial, levando como base imagens que ela consegue encontrar da internet a partir dos comandos inseridos pelo usuário.

Além do Dall-e, existe também a plataforma chamada Midjourney que, senhoras e senhores, me impressionou.

Essa IA é paga e, definitivamente, eu não vou gastar grana com ela, então vou mostrar aqui algumas artes da comunidade que eles mesmos expõem:

Assim como no Dall-e, nenhuma dessas pessoas jamais existiu. Esses desenhos não foram criados por mãos humanas. Essas edições não passaram pelo photoshop. (Tá, eu usei o photoshop pra fazer a montagem de todas essas imagens juntas, mas dá pra entender, por favor, né?).

Basicamente, com os comandos certos, escolhendo os elementos, o estilo, podendo escolher até mesmo em qual artista se basear, é possível criar imagens simplesmente inacreditáveis.

Agora levemos isso a um outro patamar.

Sabendo que, se dermos os comandos certos, conseguimos criar imagens utilizando a inteligência artificial, então no que isso implicaria?

Bom, meu caro leitor, essa discussão vai além da minha alçada.

A grande polêmica gerada pelo Dall-E e por todas as ferramentas desenvolvidas após seu lançamento e que tem recursos parecidos, é que sua existência estaria ameaçando o trabalho dos diversos artistas visuais no mundo.

E não, meu digníssimo leitor, artistas não são apenas aqueles que vendem sua arte na praia.

Entre artistas, podemos considerar aquela galerinha que cria thumbnails para youtube. Mas essa é a camada mais externa dessa parada.

Artistas também são aqueles que criam cartazes para eventos, filmes e produtos.

Artistas são aqueles que criam imagens para campanhas publicitárias, que criam logomarcas, que criam identidades visuais, como banners, cartões de visitas, rótulos de produtos.

Artistas são aqueles que criam ilustrações para as mais diversas áreas, como aquele joguinho que você tanto gosta.

Senhores, nós estamos vendo aqui uma ferramenta capaz de criar imagens.

Mas eis outra questão aí: ela cria imagens?

Segundo o google, o significado de criar é o seguinte:


Criar é fazer existir a partir do zero. Inteligências artificiais, apesar do nome, não são precisamente inteligentes ao ponto de criar algo do zero. Elas reciclam imagens pré-existentes que podem ser encontradas na internet.

Quer um exemplo?

Pedi por "anime character art by eichiro oda", ou, traduzindo, "personagem de anime por Eichiro Oda".

A inteligência artificial conseguiu identificar características dos vários desenhos do autor disponíveis na internet, como o chapéu de palha, cabelos, olhos, etc.

Entende que, com os comandos certos, as IAs podem, simplesmente, copiar diversas artes de vários artistas na internet e replicá-las, misturando com artes de tantos outros artistas e formar uma imagem que, de forma alguma, surgiu do nada, mas que ela irá reivindicá-la.

Com os inputs corretos, a IA é capaz de plagiar, mesmo sem de fato plagiar. Ela é capaz de utilizar de propriedades intelectuais de artistas que levaram uma vida para alcançar o devido nível para criá-las.

Aí vem aquele velho argumento: ah, mas quando uma tecnologia acaba com uma profissão, outra surge no lugar. Se não será mais necessário que artistas trabalhem da forma atual, eles podem se especializar em prompts, estudando as maneiras corretas de treinar as IAs e, assim, poderem criar suas artes.

É tudo muito lindo, mas não é bem assim que a banda toca.

Mesmo que os artistas se especializem em "treinamento de IA", eles continuariam utilizando propriedades alheias para criação de "novas" artes, já que todas as criações dessas ferramentas dependem de um banco de dados que, no caso, é a internet.

Ou, eles podem treinar a IA com seu próprio estilo, permitindo que a ferramenta possa criar suas artes com bem menos trabalho e tempo.

Mas, fica aí outro questionamento: isso de fato seria arte?

Segundo o google:

De acordo com meu queridíssimo site Brasil Escola (que me salvou em inúmeros trabalhos, muito obrigado!), arte "é uma forma de o ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio."

Por mais simples que seja, como uma capa de um vídeo da internet, um rótulo de um produto, ou mais impactante, como uma obra no museu do Louvre, a arte é a forma de expressar emoção. Não só isso, é a forma de gerar emoção.

Do que seriam dos vídeos do youtube se a primeira imagem que os usuários vissem não gerassem curiosidade.

E como ficariam as empresas do ramo alimentício se as embalagens e rótulos de seus produtos não despertassem aquela vontade de comer nos seus clientes.

Todas as definições de arte passam pela palavra "humano", pois o ser humano foi a única criatura capaz de traduzir seus sentimentos através de arte. O humano é parte fundamental dessa equação, o que nos leva a pensar: o que faz alguém se tornar um artista? A simples vontade de fazer dinheiro com algum talento que o indivíduo tenha, ou os sentimentos que ele sente e que gera com sua arte?

Pouquíssimos são os casos de "artistas" por acaso. Aposto que quem ganha seu trocado fazendo malabarismo no sinal não deve morrer de amores por seu trabalho.

Mas quem decide, ou melhor, quem escolhe se tornar artista, o faz por amor à arte, e esse sentimento é incapaz de ser explicado para uma máquina.

Esse é o problema de toda essa questão de substituição de empregos.

Máquinas foram criadas para fabricação de sapatos, o que acabou com a profissão de sapateiro. Entretanto, formou-se a necessidade de alguém em específico para operar tais máquinas.

Mas o artista não faz seu trabalho apenas como forma de renda, ele o faz por amor a sua arte. Deixar de fazer o que ama para ver uma máquina o substituindo é doloroso, penoso, cruel.


ChatGPT e a linguagem simulada

Após o lançamento de sua ferramenta de imagens, a OpenAI subiu um pouco o sarrafo.

O ChatGPT é uma ferramenta de linguagem, que compreende contexto.

Sim, eu disse contexto, não texto.

O google entende texto, mas o nosso amiguinho Gepeto entende contexto. Ele conversa com você, se lembra das mensagens anteriormente ditas. Ele aprende com você e o repreende caso tente passar uma informação que ele considere errada.

É importante dar ênfase nessa última frase: o que ele considera errado.

Pois o Chat erra, e não é pouco.

Óbvio, não significa que, para pesquisar um trabalho de escola, por exemplo, exista grande preocupação.

Mas em certos pontos, muitas vezes, ele passa informações erradas. E detalhe: ele aprende com os usuários, o que faz com que ele complete essas lacunas.

Mas fica aí um problema bem parecido com o da Wikipédia, por exemplo. Um sistema aberto à inserção de informações por parte do usuário pode acabar afetando na credibilidade da plataforma.

Além desse problema, não só as inteligências artificiais baseadas em imagens podem afetar o trabalho artístico como um todo.

Existem, prestem bem atenção: LIVROS INTEIROS ESCRITOS PELO CHATGPT.

Sendo comercializados...

Jogos, programas e sites sendo escritos pelo Gepeto.

Sim, essa criança sabe PROGRAMAR(!).

Músicas, poemas, e basicamente qualquer tipo de criação baseada em texto ou linguagem já são possíveis ser criadas por essa IA.

Quer um exemplo? Eu pedi para ele escrever uma música sobre Chrono Trigger...

E a música não acabou por aí.

Você quer uma piada sobre algum assunto aleatório?

Tadah:

Ok, ele tem um péssimo senso de humor.

A questão que fica não é sobre a capacidade dessas ferramentas.

Elas são revolucionárias, mas ainda não sabemos exatamente do que elas podem ser capazes nas mãos de gente que não tem um coração tão puro.

Ou pessoas que tenham um coração puro igual o Vegeta...

Precisaremos dele quando houver o apocalipse das máquinas...
As inteligências artificiais não são problemáticas apenas no âmbito profissional.

Elas podem acabar defasando o conceito de pensamento crítico.

Se, por exemplo, todos os alunos de uma escola tiverem acesso a esse tipo de ferramenta, eles simplesmente não precisarão mais estudar. Basta perguntar ao chat e pronto.

Estudar sobre conceitos políticos, sobre esportes, sobre religião, sobre tantos outros assuntos, baseado apenas em uma ferramenta que, inclusive, não é open source, ou seja, não temos acesso à sua programação e nem a sua database, sem questionar a nenhum momento, é ficar sujeito a uma ferramenta claramente enviesada. Se os algoritmos já tão presentes nas redes sociais são capazes de mudar resultados de eleições, induzindo informação políticas e propagando fakes news, apenas por esses tipos de conteúdo serem mais virais, imagina se uma ferramenta como essa passa a controlar tais algoritmos.

Amigos, o apocalipse das máquinas definitivamente não é mais uma distopia. É uma realidade bem próxima.

Não sabemos quais as fontes de toda a informação obtida pela ferramenta, sabemos apenas que é uma base da própria empresa com informações, até o presente momento dessa postagem, que vão até o ano de 2021.

Ele pode, muito bem, passar informações enviesadas, já que já sabemos que não é uma ferramenta 100% confiável na hora de passar tais informações.

"Ta, mas, oh desgraça, o que Descartes, IAs e Nier Automata tem em comum? Que cara prolixo do cabrólio" é exatamente o seu pensamento nesse exato momento, eu sei.

 Sobre Androides e Existencialismo

Importante sempre lembrar que, a partir daqui, haverão spoilers, então se cuidem :)

O mundo foi tomado por seres robóticos enviados por alienígenas e os humanos que sobreviveram se mudaram para a lua.

Resta agora que os androides da iniciativa YoRHa, uma força especial dessas máquinas criadas pelo conselho humano para combater os robôs alienígenas, possa acabar com essas máquinas e tomar de volta o controle do planeta.

A história gira em torno de dois personagens: 2B, uma unidade de combate e 9S, unidade de reconhecimento, dois androides que, juntos, têm como objetivo combater essas máquinas que dominaram o planeta.

O grande enfoque narrativo não está necessariamente na aventura em si, mas sim na relação entre os personagens.

Sim, apesar de serem máquinas baseadas nas formas humanas, eles possuem sentimentos.

O negócio é que isso não é lá muito legal de se ter, então a queridíssima 2B meio que rejeita esse lado, enquanto o 9S é o amigão da vizinhança.

Então, com o avançar da história, descobrimos vários detalhes que vão nos fazer questionar nossa própria sanidade mental.

Várias máquinas estão se tornando muito parecidas com humanos, ou seja, formando sociedades, compreendendo filosofia, criando culturas próprias, se tornando pacíficas.

Descobrimos também que esses alienígenas já haviam sido exterminados pelas próprias máquinas há bastante tempo.

Em dado momento, nosso querido amigo 9S é acometido com o Logic Virus, um vírus que torna qualquer máquina uma assassina compulsiva.

Esse vírus também está infectado em diversas máquinas, por isso muitas ainda são agressivas.

Sem opções, 2B acaba precisando matar seu amigo. Mas graças a um backup realizado, sua consciência permaneceria existindo.

Agora, por gentileza, se aconchegue bem onde estiver sentado, pega um copo d'água, um chazinho, bota uma musiquinha ambiente, pois agora a coisa vai ficar maluca.

O que acontece é o seguinte: todo mundo foi enganado esse tempo todo.

Sim, era tudo uma mentirinha e você caiu direitinho kkk... Er... divertido, não? Não...?

Não existem mais humanos.

Exato, o patrimônio que esses androides tanto lutaram para defender simplesmente não existe mais.

As máquinas alienígenas nunca sequer mataram os humanos. Eles já haviam sido extintos há muito tempo.

Então a pergunta: pelo que eles lutaram? Qual a função da YoRHa?

Seguinte, meu chegado: sempre foi tudo um ciclo infinito de existência por si só.

O intuito da existência da YoRHa era, basicamente, manter alguma utilidade para os androides.

Esses "seres" foram, de fato, criados por humanos para sua proteção. Entretanto, se não existiam mais humanos, qual a necessidade de máquinas para protegê-los?

Mas, como dito anteriormente, eles são dotados de sentimentos, então, como ficaram magoadinhos, resolveram criar uma grande desculpa para continuarem existindo: a de defender a terra de um ataque alienígena.

Nesse meio tempo, a YoRHa já planejava um ataque final para destruir todas as máquinas alienígenas. Mas, como nem tudo são flores, o Logic Virus infecta todos os androides de combate.

Aí já dá pra saber que a coisa ferrou de vez.

9S não está mais com o vírus, entretanto, 2B é infectada. Ela foge para impedir que faça algo de ruim para seus amigos, então vai atrás de A2, uma androide renegada, pedindo para que esta a mate para que não passe esse vírus para outros.

Como seres dotados de sentimentos, já dá pra imaginar o que acontece, né?

A2 mata ela sem pensar duas vezes, enquanto 9S observa sem muitas chances de impedir o inevitável.

Após isso, seguimos para um próximo capítulo, onde controlamos A2 e 9S, buscando entender diversas lacunas deixadas na história.

Entre essas lacunas, temos mais um ponto divisor de águas: o Logic Virus foi criado pela própria YoRHa, com o objetivo de destruir os androides atuais e criar uma nova geração que, por sua vez, não sabem que a humanidade já não mais existe.

Nunca existiu um motivo para essa guerra, não existem vencedores ou perdedores. Tudo foi planejado, com o único objetivo de manter a existência dos próprios androides, mas sem um motivo de fato para tal.

No final, 9S e A2 travam sua batalha final, em uma grande torre.


Finais de A a Z

Nier Automata possui, ao todo, 26 finais, um para cada letra do alfabeto. Entretanto, falarei apenas de três aqui, pois muitos são finais simples e que não contam realmente fatos tããããããão relevantes assim.

No primeiro final, 9S sobrevive graças ao sacrifício de A2, entretanto, o mundo inteiro é destruído, sobrando apenas 9S com suas memórias.

Ele fica tipo... Sozinho.

No segundo final, ambos morrem, mas é explicado que aquela torre serve para enviar dados dos ocorridos na terra, com a esperança de que esses dados cheguem a alguma civilização inteligente.

No terceiro final, o negócio fica bem doido.

No jogo, temos a ajuda dos pods, robozinhos que nos acompanham desde o início, que podem atirar projéteis e realizar especiais. Eles são indispensáveis para a gameplay.

Eles, resumidamente, criam sentimentos pelos androides, então decidem ajudar.

E como eles ajudam?

O jogo volta ao formato de navinha, bastante presente durante a gameplay, mas dessa vez controlando esses pods.

Se você não tá entendendo o que está ocorrendo no gif acima, eu te explico: os pods lutam contra os créditos do jogo.

Sim, a tela de créditos. Os nomes dos carinhas que fizeram o jogo. De que forma eles poderiam ajudar se não matando aqueles que criaram esse jogo de tanta tristeza e desespero?

Então, você pode decidir em sacrificar seu save, com o objetivo de ajudar outros jogadores a enfrentar os créditos. Sim, os pods que aparecem para te ajudar representam os saves de outros jogadores que os sacrificaram.

Nier Automata é um jogo sobre humanidade, mesmo sem humanos sendo o foco principal.

Além disso, é um jogo que te faz questionar sobre o sentido da própria existência.

Mesmo missões pequenas te fazem pensar até ficar paranoico.

Como exemplo temos um comerciante, logo no início do game, que está no acampamento da resistência. Ele se recusa a modificar as peças de uma de suas pernas, pois ele sente orgulho de a manter totalmente original, após tanto tempo no campo de batalha e de modificar praticamente todos os seus componentes.

Acontece que ele teme perder sua própria identidade. Ter itens originais o faz, segundo o próprio, continuar sendo quem ele é.

O paradoxo do navio de Teseu questiona isso. O lendário personagem da mitologia grega possuía um navio construído com 30 tábuas quando partiu em viagem. Com o passar do tempo, se fez necessário trocar algumas dessas tábuas por novas. Quando chegou em seu destino, todas as tábuas já haviam sido trocadas. A pergunta é: mesmo com todas as tábuas diferentes das que partiram de seu ponto de partida, o navio permanece sendo o mesmo? Ou é um navio completamente diferente?

Se for um navio diferente, significa que, caso peguemos as tábuas velhas e construamos um navio exatamente igual ao original, então este será o verdadeiro navio de Teseu?

O que faz desse, o navio de Teseu? Sua casca, por assim dizer, ou sua tripulação?

O que faz daquele o comerciante? Apenas sua perna original que o torna ainda autêntico? Vale a pena manter o que se considera como restante de sua "identidade" em detrimento de algo que só o prejudica?

Nier Automata é um jogo que deve ser sentido e compreendido. Cada um dará suas próprias respostas às tantas perguntas deixadas.

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